quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“Diálogos em Comunicação” debaterá a representação da mulher na mídia



Como parte da programação da Campanha “16 dias de Ativismo pelo Enfrentamento da Violência contra a Mulher”, o projeto de extensão “Diálogos em Comunicação”, coordenado pela Assessoria de Comunicação da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), realiza neste sábado, 26 de novembro, a discussão sobre representação da mulher na mídia.

O evento é aberto ao público e começa às 9h, no cineauditório da Unidade I da UFGD (Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso). 

O debate terá a fala de abertura da coordenadora do projeto e presidenta do Sinjorgran (Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados), Karine Segatto; da jornalista da UFGD, Stella Zanchet, sobre “Notícia sobre e para as mulheres”; e da assistente social e representante da Marcha Mundial das Mulheres de Dourados, Bárbara Nicodemos sobre “Avaliação da conjuntura municipal de combate à violência”.

Um dos objetivos do projeto é oportunizar espaço de diálogo com a sociedade de maneira geral e especialmente entre os movimentos sociais, estudantes, profissionais, pesquisadores e empresas de comunicação de Dourados sobre a representação do negro (19/11), da mulher (26/09), do índio (03/12) e da fronteira (10/12) na mídia de Mato Grosso do Sul.

O projeto é realizado com recursos para divulgação oriundos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFGD, por meio da aprovação no edital de ações de extensão, e conta com vários apoiadores como o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (UFGD) e a Marcha Mundial das Mulheres de Dourados.

Quem deseja receber certificado pode entrar em contato pelo e-mail dialogosemcomunicacao@gmail.com

Mais informações
Fone - 3410-2721 (Karine Segatto)

PROGRAMAÇÃO
Mesa: Representações da mulher mídia de MS
26 de novembro, às 9h, Cineauditório da Unidade I da UFGD (Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso)
Recepção: Karine Segatto, presidenta do Sinjorgran
- “Notícia sobre e para as mulheres”, Stella Zanchet, jornalista da UFGD;
- “Avaliação da conjuntura municipal de combate à violência”, Bárbara Nicodemos representante da Marcha das Mulheres.

Mesa: Representações do índio na mídia de MS
03 de dezembro, às 9h, Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) da Aldeia Jaguapiru
- “Questão indígena no Brasil: elementos para um jornalismo de precisão e investigativo”, jornalista e antropólogo Spensy Pimentel (USP).

Mesa: Representações da fronteira na mídia de MS
10 de dezembro, às 14h, Colônia Paraguaia (Avenida Indaiá, nº 630, bairro Altos Indaiá)
- “Geografia da Comunicação no Centro-Oeste”, doutorando em Comunicação Bruno Barreto;
- “EPP em pauta: estudo sobre noticiabilidade”, mestrando em Comunicação Helton Costa;
- “FRONTEIRAS: História, memória e representação de uma ambiência histórica”, Prof. Dr. Eudes Fernando Leite;
- “Os intelectuais no poder: História, Divisionismo e Identidade em Mato Grosso do Sul”, Me. Carlos Magno Mieres Amarilha.

EXTRA
Mesa sobre Comunicação Pública
02 de dezembro, às 14h, Unidade 1 da UFGD
– Sobre experiência profissional na Radiobrás, Spensy Pimentel.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

ARTIGO: Visita ao Terreiro de Umbanda: O Encontro com seu Paulino


*Alan Luiz Jara



            O sábado 19 de novembro de 2011 marca um encontro especial na casa de seu Paulino, um dos primeiros umbandistas da cidade de Dourados. Em particular, a ocasião me levou a um pequeno - mas significante - contato com algo ainda inédito, mas que, não obstante, em tempos recentes tem me chamado a atenção. Falo de questões relativas à África, aos afrodescendentes e à nossa ancestralidade cultural. Em especial, muito de meu interesse esteve voltado à religiosidade, talvez porque ao trabalharmos este tema, consequentemente nos atentamos aos debates sobre preconceito, resistência, identidade, sobre a própria África, entre outros.

            Na ocasião, além de seu Paulino, nosso anfitrião, estavam presentes os professores Márcio Mucedula Aguiar e Mario Sá, este último, um grande conhecedor das religiões afro-brasileiras. Paulino contou-nos um pouco de sua trajetória de vida e de como deu inicio, na década de 1970, a sua história como morador e precursor da Umbanda em Dourados, iniciando muitos dos que hoje são babalorixás e ialorixás nos terreiros douradenses. Nessa espécie de “aula” em meio a tererés e muito calor não faltaram conversas sobre Orixás, guias, sincretismos, diferenças entre Candomblé e Umbanda, explanações sobre a construção do espaço físico de um terreiro, e até mesmo, um ritual de defumação feito por seu Paulino durante vários cânticos, que narram estórias sobre as entidades.

            Outro ponto que vale destacar é sua carreira de corredor. Após os 70 anos Paulino fez sua primeira corrida, daí pra frente não parou mais, ganhou muitos prêmios e hoje, quase aos 93, está prestes a correr a meia maratona da São Silvestre. Realmente é de dar inveja a sedentários como eu.



*Acadêmico de História/UFGD/4° semestre

ARTIGO: O velho Paulino

*Davi Nunes Roballo



Sábado passado 19/11/2011, estive com outros comunicólogos no terreiro do Seo Paulino, 92 anos de existência, em plena lucidez e boa conversa. Devido a sua humildade, talvez não saiba, que algumas horas de prosa valeram muito para vida de este ser errante, que agora ao caro leitor escreve.

Paulino, uma simpatia de criatura, dessas companhias que de tão agradável consome rápido por demais as horas. Palestramos com Paulino por algumas horas, sobre tudo que preenche a vida: alegrias, fé, amores, tragédias, dores... A cada palavra, construtora de história que emanava de sua boca, o imaginava como um andejo a percorrer as vias da vida...

Caminhando pelas empoeiradas estradas da vida admiro Paulino, o velho, com sua bagagem inchada pelo que adquiriu em seu longo caminho revestido de júbilo e dissabores que, compreenderam seus majestosos dias. O contemplo em passo lento que, passa ao longe os passos afobados e atrapalhados daquele jovem ávido por vida que saiu do Rio em direção a Santos e que ficou para trás após ter se perdido em suas ilusões, hospedando-se na encruzilhada da recordação.

Em minha imaginação desenho o caminhar de Paulino, o velho com o mapa de que se fez destino, estampado em sua tez esculpida pelo tempo. Trás consigo o esboço e a marca de momentos contraditórios, retratados naquelas rugas desenhadas em sulcos profundos em sua face, os quais fizeram-se através das lágrimas que por ali correram em busca de liberdade de cor, de fé, de expressão. A preocupação com o vindouro provocou-lhe a erosão, que formou suas profundas olheiras, que circundam seu olhar em busca de uma estrela.

Em minha lembrança, agora aqui escrevendo, vejo em mansuetude a caminhar ao longe o velho, a levar dentro de si um jovem submisso à gravidade. Paulino, diz-se saudoso da jovialidade física, que escapou inevitavelmente por entre os dedos. Paulino, um velho matemático a fazer cálculos, de que com a jovialidade de outrora mais sua sabedoria de hoje seria um super-homem.

Muito a minha frente, distante no horizonte ainda vejo Paulino, o velho com sua voz mansa e mãos trêmulas, que para a juventude não traduz valor, muito menos reconhecem naquele velho, as experiências de quem muito lutou. Podemos contemplar pelas ruas a correr, Seo Paulino, o velho menino percorrendo o que lhe falta do destino...

*Jornalista

Especialista em Jornalismo Politico

Especialista em Comunicação e Marketing

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ARTIGO: Para que o Seo Paulino continue a correr




Para que o Seo Paulino continue a correr
*Karine Segatto

Com 92 anos, Seo Paulino (Francisco José Paulino) se prepara para disputar a próxima Maratona de São Silvestre. Com tanta disposição, bem que poderia ser “garoto-propaganda” de Dourados, divulgando o nome da cidade e do Mato Grosso do Sul e mostrando o quanto a prática de exercícios físicos traz benefícios para a saúde na terceira idade, ou melhor, em todas as idades.

Mas, não. Nenhum patrocínio de empresa, instituição ou órgão público valoriza seu exemplo. Quando muito, ganha um tênis de um conhecido ou a ajuda financeira de alguém que lembrou de sua determinação. 

Em muitas viagens nem teve onde dormir, esperando ao relento as horas passarem e chegar o início da prova ou o ônibus que o traria de volta. Em uma dessas se perdeu em Belo Horizonte (MG), mas, isso nem a Dona Maria, companheira de 50 anos de jornada, sabe. Preferiu não preocupá-la.

Guarda em uma moldura o certificado de sua primeira competição, em 1991, quando com mais de 70 anos, largou o fumo e começou a correr. A partir daí tornou-se personalidade nas competições em Dourados, sempre presente e conquistando medalhas e premiações, dinheirinho que incrementa a única renda que possui, o salário de aposentado, insuficiente para a maioria dos idosos de todo o Brasil.

Está tudo bem com ele? Sim. Nunca dirá que não.  Que enfrentou recentemente três cirurgias ou que o coração está com marca-passo você só descobre pela boca dos amigos. 

Difícil colocar ponto final nas conversas. Em 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, recebeu estudantes e profissionais de várias áreas na sua tenda, o Terreiro Pai Benedito de Aruanda, para que os participantes do projeto Diálogos em Comunicação pudessem aprender sobre a Umbanda, religião que soma preconceito na prateleira dos muitos que os negros precisam superar no dia-a-dia. 

Desde 1977, reza e ajuda qualquer pessoa que recorre ao local. Já serviu sopão, orientou as crianças do bairro e teve o Terreiro declarado como de “utilidade pública municipal”, no mandato do prefeito José Cerveira. O Centro de Convivência do Idoso “Andrés Chamorro” tem uma estante cheia de medalhas e objetos para homenageá-lo. Também já foi no Faustão e em outros programas nacionais.

De tudo isso, agora conta apenas com a fé, que é imensurável e compartilha sem distinção. Benções do mundo invisível, necessárias cada vez mais, porque a sociedade que tanto recebeu por intermédio dele, parece fechar os olhos as necessidade do Seo Paulino, ao mesmo tempo entidade e simples mortal.

*Jornalista
dialogosemcomunicacao@gmail.com

Projeto Diálogos em Comunicação visita Terreiro de Umbanda



Em 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, os participantes do projeto de extensão Diálogos em Comunicação foram recebidos por Francisco José Paulino (Seo Paulino) no Terreiro de Umbanda Pai Benedito de Aruanda, localizado no Jardim Mato Grosso, em Dourados.

Estudantes de vários cursos e profissionais da imprensa tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da história e religião de Francisco José Paulino, 92 anos, neto de escravos, atleta e entidade do Terreiro Pai Benedito, reverenciado ao visitar outros terreiros da cidade, por causa da ancestralidade espiritual da qual é instrumento. 

Paulino explicou o funcionamento do Terreiro, a hierarquia espiritual, os cantos e a necessidade de mudar os nomes dos orixás para os dos santos católicos, porque os donos de escravos proibiam suas manifestações religiosas.
Contou dos vários estados onde morou, da primeira vez que assinou o nome para receber o salário, de como fez tijolos de barro para erguer sua casa em Dourados, em 1974, dos vários tipos de telha que ganhou para fazer o telhado e que resultaram em goteiras por muitas chuvas, e da construção da tenda do Terreiro em 1977, por meio da contrapartida de uma pessoa contemplada depois de um trabalho da religião.
Pelas atividades espirituais e também assistenciais realizadas no local, como a distribuição mensal do sopão e a orientação das crianças da comunidade, o Terreiro foi declarado por lei como de “utilidade pública municipal”, na gestão do prefeito José Cerveira. 

No entanto, pela falta de recursos financeiros e ajuda de outros membros para cuidar da tenda, situação agravada com a debilidade causada por problemas pulmonares na mulher de Seu Paulino, Dona Maria, que contribuía muito com as atividades, por enquanto o Terreiro não abre mais para sessões públicas, atendendo apenas casos particulares. 

Também faltam recursos para colaborar com a vida de atleta de Paulino, corredor desde 1991, quando parou de fumar e começou a competir em várias provas, entre elas as Maratonas de São Silvestre. Exercício físico que colabora com a saúde de quem tem 92 anos e até um tempo atrás, antes das cirurgias de hérnia, ainda fazia capoeira.

DIÁLOGOS
Nas discussões sobre religião, preconceito, estética racial, ações afirmativas e representação do negro na mídia local, colaboraram os professores Mário Sá e Márcio Mucedula, do Núcleo de Estudo Afrobrasileiros da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

De acordo com levantamento mencionado pela coordenadora do projeto Diálogos em Comunicação, Karine Segatto, jornalista da Assessoria de Comunicação da UFGD, nos sites e jornais de Dourados consultados, a maioria das notícias sobre os negros não foram produzidas pelos repórteres dos próprios veículos, mas, por assessorias de imprensa de instituições educacionais, culturais e de órgãos públicos, e se referem a eventos, geralmente ocorridos nas datas da Abolição da Escravatura e da Consciência Negra.  

Já no próximo sábado, 26 de novembro, o debate será sobre a representação da mulher na mídia local e será realizado a partir das 9h no Centro de Convivência do Idoso “Andrés Chamorro”, como parte do projeto Diálogos em Comunicação e em sintonia com a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo enfrentamento da violência contra a mulher.
Mais informações
Fone: 3410 2721

Mesa: Representações da mulher mídia de MS
26 de novembro, às 9h, Centro de Convivência do Idoso “Andres Chamorro” (Rua Cafelândia, nº 770, Jardim Água Boa – ao lado do Complexo Esportivo Jorjão)
Recepção: Karine Segatto, presidenta do Sinjorgran
- “Notícia sobre e para as mulheres”, Stella Zanchet, jornalista da UFGD;
- “Avaliação da conjuntura municipal de combate à violência”, Bárbara Nicodemos representante da Marcha das Mulheres.

Mesa: Representações do índio na mídia de MS
03 de dezembro, às 9h, Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) da Aldeia Jaguapiru
- “Questão indígena no Brasil: elementos para um jornalismo de precisão e investigativo”, jornalista e antropólogo Spensy Pimentel (USP).

Mesa: Representações da fronteira na mídia de MS
10 de dezembro, às 14h, Colônia Paraguaia (Avenida Indaiá, nº 630, bairro Altos Indaiá)
- “Geografia da Comunicação no Centro-Oeste”, doutorando em Comunicação Bruno Barreto;
- “EPP em pauta: estudo sobre noticiabilidade”, mestrando em Comunicação Helton Costa;
- “FRONTEIRAS: História, memória e representação de uma ambiência histórica”, Prof. Dr. Eudes Fernando Leite;
- “Os intelectuais no poder: História, Divisionismo e Identidade em Mato Grosso do Sul”, Me. Carlos Magno Mieres Amarilha.

EXTRA
Mesa sobre Comunicação Pública
02 de novembro, às 14h, Unidade 1 da UFGD
– Sobre experiência profissional na Radiobrás, Spensy Pimentel.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SOBRE A INSCRIÇÃO


O Projeto Diálogos em Comunicação tem carga horária de 36 horas, sendo:
- PRESENCIAL: quatro encontros com duração de três horas aos sábados (12 horas);
- A DISTÂNCIA: leitura dos textos indicados para cada temática (12 horas) e produção de quatro artigos de opinião sobre os temas debatidos (12 horas) para publicação no blog do projeto. Os textos devem conter no mínimo 1,5 mil caracteres e ser enviados para publicação até a sexta-feira seguinte à temática.

  • Os encontros serão nos dias 19 e 26 de novembro de 2011, 03 e 10 de dezembro de 2011. Um encontro extra será realizado às 14h de 02 de dezembro de 2011 e pode contar horas.

  • A participação é livre e os certificados serão emitidos de acordo com a participação do inscrito nas atividades. Caso tenha participado de um encontro (03 horas) e feito um texto (03 horas), terá 09 horas, porque foram acrescidas às 03 horas de leitura. Já para receber 36 horas é necessário no mínimo 75% de participação nas atividades (três encontros e três textos).

  • O envio dessa ficha de inscrição significa que o inscrito está de acordo com essas condições.



FICHA DE INSCRIÇÃO