*Alan Luiz Jara
O sábado 19 de novembro de 2011 marca um encontro especial na casa de seu Paulino, um dos primeiros umbandistas da cidade de Dourados. Em particular, a ocasião me levou a um pequeno - mas significante - contato com algo ainda inédito, mas que, não obstante, em tempos recentes tem me chamado a atenção. Falo de questões relativas à África, aos afrodescendentes e à nossa ancestralidade cultural. Em especial, muito de meu interesse esteve voltado à religiosidade, talvez porque ao trabalharmos este tema, consequentemente nos atentamos aos debates sobre preconceito, resistência, identidade, sobre a própria África, entre outros.
Na ocasião, além de seu Paulino, nosso anfitrião, estavam presentes os professores Márcio Mucedula Aguiar e Mario Sá, este último, um grande conhecedor das religiões afro-brasileiras. Paulino contou-nos um pouco de sua trajetória de vida e de como deu inicio, na década de 1970, a sua história como morador e precursor da Umbanda em Dourados, iniciando muitos dos que hoje são babalorixás e ialorixás nos terreiros douradenses. Nessa espécie de “aula” em meio a tererés e muito calor não faltaram conversas sobre Orixás, guias, sincretismos, diferenças entre Candomblé e Umbanda, explanações sobre a construção do espaço físico de um terreiro, e até mesmo, um ritual de defumação feito por seu Paulino durante vários cânticos, que narram estórias sobre as entidades.
Outro ponto que vale destacar é sua carreira de corredor. Após os 70 anos Paulino fez sua primeira corrida, daí pra frente não parou mais, ganhou muitos prêmios e hoje, quase aos 93, está prestes a correr a meia maratona da São Silvestre. Realmente é de dar inveja a sedentários como eu.
*Acadêmico de História/UFGD/4° semestre
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