Por André Bento*
A ignorância é a maior, senão a única e mais terrível geradora de preconceito deste universo. Não foram teorias acadêmicas – até porque não as conheço – que me levaram a essa conclusão. Foi a vida que me mostrou isso, em um dentre tantos outros exemplos que o dia-a-dia nos dá sobre o quanto valorizamos ideias pré-concebidas daquilo que sequer conhecemos.
No primeiro encontro do projeto Diálogos em Comunicação, ao visitar o terreiro do Seo Francisco José Paulino, confesso ter chegado ao local ainda impregnado por um preconceito absolutamente sem razão. Religiões com as quais nunca havia tido contato – Umbanda e Candomblé – alimentavam em mim uma imaginação desvirtuada quanto a sua essência.
O simples fato de não conhecer aquela realidade me levava a conceber tais religiões de forma preconceituosa. Pura ignorância. Fruto da falta do saber e do buscar conhecimento. Pelo menos, quase três horas depois de entrar naquele terreiro, pude sair com outra cabeça.
Aquele tempo lá dentro, disposto a ouvir o que o velho Paulino, 92 anos, tinha a dizer, fez toda a diferença. Com o fim da ignorância quanto às religiões até então desconhecidas, caíram os preconceitos. Não necessariamente preciso comungar das mesmas convicções do sábio Paulino, mas o simples fato de ter ouvido aqueles relatos de uma vida quase centenária é uma boa razão para repensar alguns conceitos.
Negro, macumbeiro e marginalizado. Essa não é apenas a história do Seo Paulino. É a realidade de grande parte de um povo sempre vítima em nosso País. Vítima de uma das piores violências: o preconceito. Aquele mesmo preconceito comum a quem é incapaz de buscar conhecer o novo e se firma no quadro social brasileiro como ignorante.
Busquemos o saber, portanto. Somente dispostos a conhecer o novo é que poderemos combater a ignorância preconceituosa que corrói a forma de pensar de muita gente.
*Estudante de jornalismo.
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