sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Artigo: A MULHER NA MÍDIA


Priscila Resende Pontes Giacobbo*

O tema, logicamente, era "A Mulher na mídia”, mas falar de mulher e não se falar do mundo, não se fala a verdade, falar de mulher e não falar do homem, também pouco se está falando, Falar de mulher e não falar de mercado, de exploração, de neoliberalismo, não se está falando tudo.
O olhar da mídia para as mulheres é o olhar da mídia feito “para” as mulheres. Não é “para as mulheres” no sentido que elas são ativas na constituição da sua imagem pública, cuja emissão será derivada das várias mídias, predominantemente pela mídia televisiva.
Esse olhar que é produzido para as mulheres, e não pelas mulheres, ele se dirige ao olhar masculino, em primeiro lugar, mas é um olhar masculino também.
O que eu entendo significa que você tem estereótipos criados sobre o feminino, e no caso sobre a mulher, e o olhar também já está preparado, porque ele está previamente preparado a ver o que ele vai ver. Então, é como se houvesse uma identificação entre saber e ver. Então, o que eu sei da mulher é aquilo que eu vejo sobre a mulher ou da mulher.
Então, há toda uma construção da figura da mulher onde a idéia do feminino não aparece. Eu quero estabelecer uma dissociação, um pouco arriscada talvez, mas acho que vale a pena para nós pensarmos sobre isso, entre a mulher, o homem, o feminino e o masculino.
Esse olhar é produtor de uma certa imagem, mas ele também é produzido por uma expectativa já criada sobre esse olhar. Então é difícil você dizer quem cria e o ponto da qual parte a emissão dessa imagem que quer se vender via publicidade, via novelas, via entrevistas, sobre o que se pretende com o fazer aparecer a voz da mulher.
Não é aquilo que vai dar mais espectadores, mais ouvintes, portanto é aquilo que não pode contrariar expectativas daqueles que estão assistindo aquela programação.
De qualquer maneira é a mulher competente, se cria a mulher competente seja dentro da casa ou na profissão. Nos dois casos nós temos uma idéia de competência que é vinculada através da presença da mulher. E essa questão de competência não é questionada, porque, num primeiro momento, o que parece é a propaganda ou a presença em primeiro plano da mulher, mas não é a mulher em si que está ligada àquela emissão necessariamente; são outros valores que são transmitidos através da presença da mulher na televisão, nas entrevistas e nas publicidades.

*Acadêmica do curso de biologia da UFGD
Participante de Diálogos de Comunicação

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